
Do céu para a sala de aula: o possível destino do Bandeirante PT-GKO.
Depois de quase meio século de voos pelos céus do Brasil, o Embraer EMB-110E Bandeirante de matrícula PT-GKO encerrou oficialmente suas operações em outubro de 2025, e um detalhe: ainda em plena condição de aeronavegabilidade. Produzido em 1976, número de série 110119, o veterano começou sua trajetória na Nordeste Linhas Aéreas, depois serviu à Aerotáxi Abaeté, onde voou fielmente por décadas, transportando passageiros e muitas histórias entre o litoral e o interior do país.
Mais do que uma simples aeronave, o PT-GKO é um símbolo do início da aviação regional brasileira. O Bandeirante, primeiro avião comercial desenvolvido pela Embraer, nasceu do projeto IPD-6504, em 1965, quando o Brasil ainda sonhava em ter uma indústria aeronáutica própria. Seu nome homenageia os desbravadores do interior do país, e foi exatamente isso que o modelo fez: desbravou o Brasil. De pistas de terra, contornando o litoral ou na Amazônia profunda, foi o elo entre cidades isoladas e o progresso.
Hoje, o fim da sua vida operacional talvez não signifique um pouso definitivo, mas possivelmente uma nova decolagem rumo à educação. Segundo fontes, a aeronave poderá ser doada para uma instituição de ensino no campo aeroespacial, onde continuará inspirando como ferramenta de aprendizado para jovens que sonham seguir carreira na aviação.
Em pleno Dia do Professor, um dos possíveis destinos do PT-GKO ganha um significado especial. Assim como o educador, ele seguirá ensinando, mostrando na prática o que é engenharia, aerodinâmica e história viva da aviação brasileira.
O Bandeirante foi o primeiro passo de um país que ousou construir suas próprias asas. E o PT-GKO, que nasceu em 1976, tem a possibilidade de torna-se um mestre silencioso, ensinando às novas gerações que nenhum voo é realmente o último quando ele deixa legado.










